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Jornalista e produtor de vinho no Douro
Importante, importante é o que se bebe com as castanhas. Em regiões como Trás- -os-Montes, Minho, Beiras e Ribatejo, era comum acompanhar-se as castanhas assadas com água-pé ou jeropiga.
Na soma dos seus atributos, o Legado 2019, que tem origem unicamente na velha, dramática e lindíssima vinha do Câedo, é música a sério, com muita pulsão, harmonia e emoção.
Há certas comidas, sobretudo as que levam muito vinagre, para as quais não há vinho que valha. São tão impositivas que valem por si e toleram qualquer tipo de vinho, porque nenhum se sobreporá.
Não é por acaso que temos o cotovelo que temos. Foi concebido para podermos beber vinho. “Se tivesse sido colocado mais perto da mão, a parte da frente seria demasiado curta para levar o copo à boca.”
A Madeira Wine Company fez este ano um grande lançamento de vinhos Madeira. Provar diferentes Madeira é sempre uma experiência exaltante. O meu preferido foi o Bual de 1988 (Cossart-Gordon).
Quem já participou numa colheita tardia de uvas podres conhece bem a desconfiança que a sua vinificação provoca aos menos familiarizados. Mas essa sensação dá rapidamente lugar à surpresa.
Conheço um viticultor que ofereceu 20 toneladas de uvas aos burros. Sim, aos burros. Tem cinco destes simpáticos animais e abriu-lhes a porta das vinhas antes do tempo, para que aproveitassem.
Chegou a chuva e o vento e as folhas das vinhas começaram a cair. Agora é que se vêem as uvas que ficaram por vindimar. No Douro, pelo menos, o rebusco vai ser generoso.
Um salto de gigante na qualidade geral dos vinhos tende, estranhamente, a ter um efeito perverso: torna o panorama mais ou menos igual, previsível e escasso em surpresas.
Meter todo o fogo no mesmo saco pode ser um erro: o fogo é um dos pilares da humanidade, a natureza precisa do fogo, nós precisamos do fogo. Temos é que saber mantê-lo sob controlo.
Um transmontano visceral como eu teria perdido a cabeça e a razão, mas Nelma nem sequer recorreu ao seu tripeirismo, que não fica atrás do transmontanismo primário.
Porque não criar uma taxa turística no Douro, em que cada visitante que dormisse na região, pagaria, por exemplo, 10 euros, levando em troca para casa uma pequena garrafa de vinho do Porto?
O Douro vende as suas melhores uvas a metade do preço a que são pagas as uvas de Alvarinho na vizinha Galiza e a cinco vezes menos do que na região francesa de Champanhe.
A região duriense modernizou-se e está na moda. No entanto, o Douro das vinhas e dos vinhos, das monumentais paisagens construídas por gerações de viticultores, vive mais uma das suas crises.
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