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Autor do livro "De Trump a Putin - A Guerra Contra a Democracia"
O que foi anunciado como uma resposta ao ato de terror do 7 de outubro e em nome da libertação dos reféns é, de facto, um crime contra a humanidade e um genocídio.
Há momentos na história em que uma catástrofe destrói a legitimidade da ordem estabelecida. O genocídio dos palestinianos veio pôr em causa a ordem internacional que nasceu do horror dos crimes nazis.
Hoje, é o Estado de direito americano que está ameaçado. É a América que pode tornar-se uma autocracia — o que poderia significar o apocalipse da democracia.
Os progressistas não podem deixar que esta vaga seja ocupada pelos que, erigindo-se em paladinos da liberdade de expressão, querem pôr em causa as condições que a permitem.
As declarações de Trump inserem-se numa corrente contrarrevolucionária de oposição aos ideais iluministas, que a derrota do nazismo afastara do poder nos países centrais do sistema internacional.
Os europeus devem compreender que já não vivemos no tempo em que a União Soviética e os Estados Unidos eram superpotências sem rival. Trump é mais frágil do que o seu ego alarda.
A União Europeia não se deve deixar intimidar, deve perceber que tem muito mais poder do que parece para enfrentar Trump.
União Europeia e América Latina podem assumir o destino comum da humanidade para combater a fragmentação mundial, para vingar um projeto de multilateralismo inclusivo e humanista.
A celebração da queda da dinastia Assad é acompanhada por um sentimento de indignação com os que negam aos sírios a genuinidade da sua aspiração à liberdade.
É surreal considerar que a campanha de Harris foi dominada por uma agenda radical identitária, o que obscurece as catastróficas consequências ideológicas da vitória da narrativa identitária de Trump.
Perante uma candidata que defende a democracia e um candidato que não esconde um projeto autocrático para a América e o mundo, a escolha deveria ser indiscutível.
É sobre esta conjuntura da política francesa que nos vai falar Álvaro Vasconcelos, habitual colunista do PÚBLICO, e Fundador do Forum Demos.
“Kamala Harris e eu construímos a nossa vida sobre os mesmos valores fundadores”. Michele Obama
As eleições mostraram que é no confronto político, na defesa dos valores da nossa humanidade comum, que se pode derrotar o niilismo e as políticas de ódio.
Depois das eleições, há que voltar ao debate sobre as razões da vaga autocrática e as formas de a combater, sobre a melhor forma de combater a islamofobia e o antissemitismo.
A aposta de Macron é extremamente arriscada e perigosa. O partido de Le Pen tem hoje apoios mais amplos na sociedade francesa, com uma agenda que já se banalizou.
Já não basta deixar que os ucranianos morram por nós ou esperar que os Estados Unidos garantam a nossa paz. A União Europeia, se possível com o Reino Unido, tem de ser capaz de dissuadir Putin.
No pós-7 de Outubro, como no pós-11 de Setembro, não é o brutal ato de terror que pode mudar o mundo, mas sim a natureza da resposta.
“Exílio sem saudade” é o subtítulo do livro de Álvaro Vasconcelos que é hoje lançado no PÚBLICO com um debate que será transmitido em streaming às 18h30. Memórias dos longos tempos do exílio.
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