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Num mundo pós-ideológico, criado por 30 anos de furtiva despolitização, em que a política deixou de ser aquilo que nos acontece e passou a ser aquilo que discutimos, a irritação é a emoção dominante.
O problema com a nova astrologia eleitoral é que não tenta sequer ser melhor do que as disciplinas estatísticas que pretende substituir. Pelo contrário, contenta-se em ser ciência de imitação.
Os detalhes do financiamento de Megalópolis são tão misteriosos como as operações da Sporting SAD para comprar VMOCS, mas o essencial é que milhões de uvas foram esmagadas para este filme existir.
King Kong não foi um acidente num laboratório, nem o efeito secundário de um teste atómico, nem sequer a primeira vaga de uma invasão alienígena. É algo que já cá estava antes de nós.
A Nona Configuração parece-me ser um filme católico que não quer converter, divulgar, ou sequer pregar ao coro, mas excluir.
O filme Salem’s Lot adapta o segundo romance de Stephen King, sobre uma pequena cidade do Maine infestada por vampiros. É a terceira adaptação. Eu vi-as todas, e só me posso culpar a mim próprio.
É possível que a nossa tolerância a representações de sonhos seja maior num meio pictórico ou audiovisual. Há uma embirração de longa data contra os sonhos em obras literárias.
Nunca ninguém esquece o dia em que aprende o que é uma hipérbole: é o melhor dia de escola, o mais vívido, o mais memorável de sempre! Todas as crianças entendem de imediato as consequências.
Em mais do que um aspecto, a espionagem tornou-se análoga à publicidade: só necessária porque a concorrência também a usa.
Existem palavras intraduzíveis. São poucas, e não são nossas, mas existem.
Príncipe das Trevas funciona por bombardeamento sensorial, mesmo no seu ilusório vagar. Está recheado de ideias e imagens memoráveis.
Há certamente melhores maneiras de tagarelar sobre gosma. Sartre dedicou o último capítulo de O Ser e o Nada ao assunto
O que explica a contínua popularidade de uma obra de ficção com 75 anos? A resposta reside na mestria com que Orwell soube criar uma história intemporal, capaz de transcender o tempo e o espaço.
Esse extraordinário documento, como muitos outros elementos da vida de Rhodes, parece fictício a quem o encontra pela primeira vez, uma invenção fabricada para alimentar teorias conspirativas.
Após a eleição de Trump, exércitos de jornalistas aterraram diariamente em cafetarias rurais na Pensilvânia para escrever a mesma reportagem, instantaneamente promovida a sociologia.
Como outras subcategorias congéneres, os romances de espionagem de Eric Ambler são o equivalente literário a um copo de água fresca no momento certo: zero calorias, satisfação total e imediata.
Um tiro dois centímetros ao lado teria mudado alguma coisa? Os sistemas democráticos continuam a parecer preferir candidatos vivos, um preconceito biológico cada vez mais difícil de justificar.
A proscrição de separar a arte do artista parte de um impulso punitivo, tentando atingir a única coisa (no caso de artistas mortos) que ainda pode ser atingida: a reputação póstuma.
É engraçado que um desporto feito de destreza técnica e complexidade táctica seja tantas vezes decidido pelo caos: micro-incompetências, ou milímetros de azar.
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