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O “nunca fui, mas li” não é uma tristeza, nem uma excepção: é uma alegria. É um acrescento. É o que se soma a uma ignorância.
É que simples não é um simples adjectivo. “Fazer simples” é outro verbo: simplificar.
O melhor peixe para fritar é o melhor peixe para grelhar, ou cozer, ou comer cru: é o peixe quando está na época dele, gordo e saboroso, e obviamente fresquíssimo.
É incrível, a propósito, que o berbigão e a navalheira continuem a ser baratos em Portugal, em 2025, e que estas histórias antigas ainda não tenham perdido o cabimento.
Numa biblioteca, a abundância e a variedade de livros é que é a riqueza. Não é para ler que lá vamos: é para ver o que há, é para petiscar, é para escolher.
Se a fruta seca que nos chega da Turquia e de outros países abençoados por boa fruta, fosse gordinha e melosa, e suscitasse violentamente a fruta fresca que já tinha sido, eu estaria calado.
O turismo produz um simulacro de conhecimento que afasta a sensação de ignorância e substitui-a pelo contentamento das superficialidades e das imagens.
Nunca pensei que eu trocasse os scones da terra da minha mãezinha pela merda de um brioche — belga, ainda por cima. Fica a receita.
A mão para saladas de alface perde-se com grande facilidade. Basta um hiato e vai-se.
Farto de ser prisioneiro da minha fome, farto de ter de recorrer a sanduíches de pastelaria e restaurantes horríveis e refeições aeronáuticas que levam 72 horas a digerir, voltei à Idade Média.
A Estratégia Raminhos vive de tirar partido da época baixa de restaurantes muito concorridos, com clientes muito exigentes e muito forretas, que não perdoam o mais pequeno deslize.
Devemos comprar laranjas amargas que vivam numa zona de ar puro, onde ninguém se atreva a pôr seja o que for na casca.
A compotaria portuguesa é fascinante. Mas por isso é que acho que o doce de laranja amarga tem um lugar ao lado do doce de ginja, da marmelada e do doce de tomate.
Sabemos que o pior é chegar ao mercado com a lista dos ingredientes para fazer o almoço e não descansar enquanto não estiverem todos comprados, por muito fraquinhos e caros que possam estar.
E faço um arroz de quê? Faça um arroz do que está bom agora. Faça um arroz do que tem à mão. Faça um arroz do que está bom agora e tem à mão.
De todas as discussões terríveis sobre gastronomia, as piores que já tive foram sobre peixe cozido. Sou forçado a concluir que há uma conspiração contra o peixe cozido. A culpa é dos restaurantes.
É isso mesmo que é uma laranja no Inverno: um porto no meio de uma tempestade, uma bola de Verão para brincar na baía da nossa boca, enquanto os monstros do frio e da chuva nos fazem caretas.
Antes de dar a receita em si — na Irlanda cada família, e até cada membro de cada família, tem uma receita singela —, queria só explicar que é um pão feito com leitelho.
É derretendo os chocolates que nos tornamos autores de um chocolate novo: o nosso. Está em forma líquida. Não faz mal: bebe-se! E, ao contrário do outro, é novo e fresquinho e acabado de fazer.
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