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Mais um falhanço estrondoso em empreender reformas e atacar a raiz dos problemas e será mesmo para os braços de Ventura que os portugueses inevitavelmente se virarão.
Como foi possível ignorar tantos sinais? Como foi possível tanta miopia coletiva? Será isto uma doença exclusiva dos socialistas?
O partido parece ter uma enorme capacidade de agregar cidadãos em torno de múltiplos descontentamentos, alienações e desenraizamentos.
É muito difícil que não tenham existido transferências de votos que a todos pareceriam, até ontem, menos intuitivas.
Quem decretou que os órgãos de comunicação social devem abster-se de fazer, por si próprios, uma reflexão sobre interesse público e deixar-se aprisionar pelas máquinas de comunicação dos partidos?
Alguém pode imaginar que, para um eleitor moderado do centro, seja indiferente saber se Pedro Nuno Santos se propõe governar sozinho ou no quadro de uma reedição da “geringonça”?
Mesmo para um incréu, mesmo no contexto de uma sociedade e de um Estado laicos, um Papa pode ter o valor de uma bússola.
Os consultores de comunicação política e as sondagens são também, em certo sentido, elementos condicionadores da opinião pública e, portanto, dos próprios processos democráticos.
A loucura é tão trepidante que deixou de haver quaisquer impensáveis. Estamos mesmo a assistir aos últimos dias da Democracia na América?
O que os cidadãos europeus precisam é de acordar para a realidade, não é de continuar a ser infantilizados e poupados a decisões profundas e difíceis.
Esta deslizante normalização de comportamentos indiciadores de falhas criminais ou éticas é tanto causa como é consequência. E diz tanto dos governantes como de nós próprios.
Estamos condenados a um ocaso ditado pela incapacidade de nos governarmos com mínimos de estabilidade e consequência? Talvez não. Mas só há duas maneiras de sairmos deste beco de forma estrutural.
O silêncio de que falo é o silêncio das dúvidas que não se levantaram, das vozes que não questionaram, dos incómodos que não se ouviram, das críticas, ainda que veladas, que não se fizeram.
Mesmo que venha a ter êxito no plano eleitoral e político, na ausência de explicações cabais, o primeiro-ministro terá sempre prestado um péssimo serviço a si próprio e ao país.
A reorganização da Europa no sentido de se capacitar para fazer a defesa do seu quadro de valores e das suas instituições não é compatível com a recusa obstinada do aprofundamento federal.
A bem da democracia e da credibilidade dos agentes políticos, o momento de desagregar freguesias, a existir, não poderia nunca ser este.
Estaremos nós a assistir aos anos finais das nossas democracias liberais? Será assim que, daqui a pouco mais de um século, nos recordará a história?
No discurso público não é possível continuar a raciocinar com base em fantasias ou com base na negação da realidade. As políticas públicas dirigem-se ao real.
A violação grosseira de regras instituídas para defender o bem comum vive dispensada de qualquer censura social.
O poder de Musk e companhia estende-se muito para além das fronteiras dos Estados Unidos da América.
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