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Professor universitário
A abordagem não mimética da natureza, construída a partir de paisagens imaginadas, tinha implicações vastas, indissociáveis certamente da formação de base de Queiroz, que era licenciado em filosofia.
Enquanto nos entretemos a discutir as inexistentes burqas, secundarizam-se outras questões.
Nos 50 anos da Constituição, constataremos que o problema obriga a revisitar os poderes do inquilino de Belém: clarificando-os, limitando-os e reforçando a natureza parlamentar do regime.
A preocupação essencial deveria ser compreender os fundamentos para este recuo social da esquerda.
A tendência de privatização das práticas sociais associada à alimentação ilustra um problema mais vasto nas nossas sociedades, que nos deve deixar alerta.
Seria um erro se o PS adotasse o comportamento da avestruz e, perante mais uma manifestação de um problema estrutural, optasse por enfiar a cabeça na areia.
Gera inquietação que, sem que se conheça com rigor o problema ao qual se quer responder, se avance para a fusão de ciência e inovação numa nova entidade empresarial.
Podia ter escolhido outro exemplo do desleixo a que a gestão de Lisboa tem sido votada (da habitação à higiene urbana), mas foco-me na mobilidade e no potencial das bicicletas.
Não é sintomático que entre as prioridades para a revisão da legislação laboral tenha surgido uma preocupação com os alegados excessos das mulheres que prolongam a amamentação dos filhos?
Este cenário tem associados três desafios que ajudarão a moldar a política portuguesa. Desafios aos partidos do bloco central, à relação destes com o Chega e ao próprio Chega.
Os protagonistas do arco da governação nuns casos resguardam-se num silêncio conveniente, noutros optam por respostas evasivas. O tema queima mesmo.
Esta nova realidade obriga a repensar o posicionamento estratégico da esquerda, em particular do PS.
A sugestão de que é o desleixo comportamental das grávidas que explica o autismo dos filhos inscreve-se, aliás, numa longa tradição de culpabilização das mães.
Imaginem que o PS, em lugar de ter protelado para além do razoável a escolha de um candidato, tinha tido um rosto na oposição.
Houve um tenebroso caminho percorrido ao longo desta década, desde uma imaginação moral coletiva assente na graça e na comunhão até a um clima divisivo e excludente, baseado no ódio ao outro.
Há novos ângulos por descobrir nos Beatles e nas suas canções – que revelam uma capacidade persistente para iluminar as nossas vidas.
É importante saber se os candidatos presidenciais dariam posse a uma coligação para afastar o Chega da governação, mesmo sendo o partido mais votado.
Em entrevista à CNN, António José Seguro — candidato inevitável do Partido Socialista —, questionado sobre se admitia dar posse a um Governo do Chega, respondeu sem hesitações.
Todo o ciclo político e a agenda mediática serão irremediavelmente marcados pela sua omnipresença.
É surpreendente que nenhum dos 60 deputados do Chega (e a resma de assessores que os acompanha, “pagos com os nossos impostos”) tenha tido o cuidado de googlar o que estava em causa, antes de votar.
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