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Especialista em comunicação
Como outros fenómenos, também as tendências são um processo que começa por estar num domínio bastante fechado para se expandir, tornando-se popular, influenciado por aquilo que usam as celebridades.
Funciona assim uma indústria que contribui mais para dar cabo de nós do que para nos fazer sentir bem, mesmo quando pensamos que ficamos muito bem naquele vestido. Ou cardigan. Ou casaco. Ou…
Cada marca será responsável pelas suas opções mais ou menos éticas, tal como cada consumidor será apenas responsável por decidir consumir sem a culpabilização associada ao que a marca faz.
Entrevistei Nuno Gama a propósito dos 30 anos da marca e descobri não apenas uma marca, mas um criador e um consumidor consciente, cuidadoso e preocupado.
O capitalismo global atira uns para a falta de opções, com a escolha determinada pelo baixo preço, enquanto permite que outros comprem sem considerar o preço ou o impacto das suas escolhas.
Recuperar práticas de antigamente, não apenas porque eram sustentáveis, mas, sobretudo, porque não temos dinheiro para mais, é outra das tendências do estilo de vida sustentável.
As roupas que a H&M nos pede para entregar na loja, com direito a um desconto para, surpresa, comprarmos mais roupa, afinal não estão a ser recicladas.
O verdadeiro luxo é esta espécie de abnegação que nos permite ignorar a pressão social em relação à nossa aparência e ao que podemos pagar.
A reinvenção ou upcycling é também uma forma de slow fashion, uma forma de viver a moda que dá prioridade à sustentabilidade e ética.
Enquanto formos enganados, manipulados, condicionados, não há lugar a sustentabilidade alguma porque nos baseamos num princípio insustentável: a mentira.
Comprar em saldo, torna-se um vício, porque é quase como um jogo: em primeiro lugar, a roleta russa para saber se aquela peça ainda vai lá estar, depois o jogo de azar para encontrar o tamanho certo.
Esta é uma responsabilidade transportada para o consumidor, mas são as grandes empresas que necessitam mudar métodos de produção e modelo de negócio.
Repetir é, hoje, uma opção de vida: ter menos e usar mais ou seja, comprar cada vez menos e usar o que temos.
Não há problema nenhum em comprar. Como não há problema algum em comprar fast fashion. O problema é comprar demais e descartar.
O valor da roupa está na sua composição, corte e acabamento mas está sobretudo, na história que carrega e na relação que constrói com quem a usa.
Tornei-me alguém que tem uma espécie de guarda-roupa cápsula, reorganizando todas as peças de roupa e assumindo, com orgulho, a repetição dos conjuntos com os quais me sinto bem.
Durante a sua apresentação na WebSummit, Tang convidou-nos a trabalhar para a Shein o que, considerando o documentário da jornalista Iman Amrani, pode ser assustador.
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