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Historiador
Não me venham dizer que eu desejo o “cancelamento” do livro ou coisa parecida. Pelo contrário sou muito favorável a que surjam estas publicações para nós sabermos melhor o que são e para onde vão.
A nossa história tem muitos pontos negros que, aliás, partilha com a história universal, umas vezes pior e outras melhor.
A “história” falsa do 25 de Novembro assenta em manipulação e no apagar daqueles que justificariam comemorar o verdadeiro 25 de Novembro.
Sem dúvida que o 25 de Novembro é um passo fundamental do caminho aberto pelo 25 de Abril. No dia 25 com a vitória militar contra o esquerdismo; e no dia 26 pela recusa da ilegalização do PCP.
A primeira coisa que este “tutor” artificial vai fazer é minimizar o papel do professor.
Para a direita radical populista, os mais fracos só são fracos porque não trabalham ou porque se entregam ao “parasitismo social” e à “subsidiodependência”.
Esta não é uma questão de elites contra o “povo”, mas sim um confronto entre quem respeita a sua língua e quem a despreza, entre quem despreza o saber e quem sabe o que lhe falta saber.
Todos os fundadores consideravam uma questão de fronteira, uma “linha vermelha”, o PPD não ser um partido de direita, mas um partido de centro-esquerda, como Sá Carneiro sempre repetiu.
A ideia de que o PS tem perdido por causa de uma sua putativa radicalização e esquerdização entrou no lugar-comum, mas está longe de ser verdadeira.
Trump nunca fez nada pela paz, fez tudo pelo Prémio Nobel, o que não é de todo a mesma coisa.
Hoje há muito poucos conservadores e muita gente da direita radical e da extrema-direita.
O exemplo de Isaltino mostra como é possível confrontar com sucesso esse mundo de mentira, violência, e aquilo a que se chama na ópera braggadocio.
A sua visão saudosista do império feito mito, que exclui, não os ajuda sequer a perceber que nos empobrecem, nos tornam menores, mesquinhos e violentos.
A resolução ministerial sobre o 25 de Novembro tem muita coisa de inaceitável. Uma é ter-se entregue ao CDS, via ministro da Defesa, as comemorações.
Estes são os tempos mais perigosos desde 1945, mesmo mais perigosos do que a crise dos mísseis em Cuba.
Não me passa pela cabeça desejar qualquer mal ou censura sobre a Rádio Observador, mas tudo isto estaria bem se houvesse transparência política.
A “civilização” como a conhecemos no mundo democrático ocidental está a acabar diante dos nossos olhos.
É este o Portugal no qual André Ventura se revê? Se isto é um retrato da “revolta”, esta revolta é na sua essência antidemocrática, antiliberal, violenta e autoritária, e muito pouco portuguesa.
Eu, que estou convencido da culpabilidade de Sócrates, quero que ele tenha o julgamento mais justo e limpo de abusos possível.
É uma ilusão que se possa travar o wokismo reaccionário nas redes sociais, que são um dos seus alimentos principais.
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