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Historiador
Todos os fundadores consideravam uma questão de fronteira, uma “linha vermelha”, o PPD não ser um partido de direita, mas um partido de centro-esquerda, como Sá Carneiro sempre repetiu.
A ideia de que o PS tem perdido por causa de uma sua putativa radicalização e esquerdização entrou no lugar-comum, mas está longe de ser verdadeira.
Trump nunca fez nada pela paz, fez tudo pelo Prémio Nobel, o que não é de todo a mesma coisa.
Hoje há muito poucos conservadores e muita gente da direita radical e da extrema-direita.
O exemplo de Isaltino mostra como é possível confrontar com sucesso esse mundo de mentira, violência, e aquilo a que se chama na ópera braggadocio.
A sua visão saudosista do império feito mito, que exclui, não os ajuda sequer a perceber que nos empobrecem, nos tornam menores, mesquinhos e violentos.
A resolução ministerial sobre o 25 de Novembro tem muita coisa de inaceitável. Uma é ter-se entregue ao CDS, via ministro da Defesa, as comemorações.
Estes são os tempos mais perigosos desde 1945, mesmo mais perigosos do que a crise dos mísseis em Cuba.
Não me passa pela cabeça desejar qualquer mal ou censura sobre a Rádio Observador, mas tudo isto estaria bem se houvesse transparência política.
A “civilização” como a conhecemos no mundo democrático ocidental está a acabar diante dos nossos olhos.
É este o Portugal no qual André Ventura se revê? Se isto é um retrato da “revolta”, esta revolta é na sua essência antidemocrática, antiliberal, violenta e autoritária, e muito pouco portuguesa.
Eu, que estou convencido da culpabilidade de Sócrates, quero que ele tenha o julgamento mais justo e limpo de abusos possível.
É uma ilusão que se possa travar o wokismo reaccionário nas redes sociais, que são um dos seus alimentos principais.
O sucesso do wokismo reaccionário vem de factores estruturais que estão muito para lá das modas culturais que alimentam o outro wokismo. Para lhe tirar força, há que mudar Portugal.
O primeiro mecanismo de minimização dos actos de agressividade é a falsa equivalência, nos dias de hoje, entre a extrema-direita e a extrema-esquerda.
A exposição Francisco Sá Carneiro e a Construção da Democracia está no átrio da Câmara do Porto até ao fim do mês. Sabem disso? Se for pela comunicação social, não sabem.
É tudo mais grave do que se pensa, vai mais fundo do que se imagina, e processos como o Chega (cujo crescimento vem também do bloqueio do crescimento da AD) e a crise da esquerda são epifenómenos.
O mapa eleitoral do Chega é muito parecido em várias partes do país com o do PCP. Onde antes o ressentimento dava votos ao PCP, agora a mesma raiva face à vida dá votos ao Chega.
Só conheço uma comparação para esta indiferença: o encolher de ombros de todos os que sabiam que o Holocausto estava em curso.
Se este artigo tivesse um subtítulo, seria “O papel dos ‘centros de influência’ nas democracias”.
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