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Professor da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa
Sem professores não haveria profissionais competentes nas mais diversas áreas da atividade humana e social. Sem professores o futuro seria, certamente, muito mais sombrio e no limite impossível.
A gramática organizacional tradicional da escola — baseada em turmas fixas, horários rígidos e compartimentação disciplinar — já não responde aos desafios do século XXI.
Se as práticas docentes são fortemente determinadas pelas convicções dos professores, teremos de desconfiar das reformas estruturais que aspiram a alterar por si só a cultura existente.
Neste tempo de de competição desenfreada, de desregulação dos direitos básicos e do Estado de Direito, a boa escola é a que educa seres humanos competentes, comprometidos e colaborativos e criativos.
Surgem crescentemente alunos e alunas que não querem aprender o que está prescrito e que não estão dispostos a assumir o estatuto de aluno. É, certamente, um fator de indisciplina e de bullying.
Os professores precisam de se afirmar como autoridades no espaço público. Para isso não precisam de psicólogos e de decretos. mas apenas de um profissionalismo interativo e construtivo.
O que está a derreter é a nossa atitude face ao valor do conhecimento. A nossa sistemática desvalorização das inteligências em ação. A escassez de incentivos para querer saber sempre mais.
Há, nos sistemas de educação e de formação, uma imperativa necessidade de levar as pessoas a sentir que é bom mudar e inovar, porque essa disposição nos desafia, rejuvenesce, empodera e gratifica.
Há uma ideologia (dominante) de que o designado ensino público é o melhor que existe e o EPC, em termos gerais, não viu ainda a possibilidade de renovação pedagógica que a legislação entreabre.
Tendo a escola de estar ao serviço da vida e das pessoas e das instituições locais, terá de adotar um modelo de governação que emane de uma democracia participativa onde todos tenham vez e voz.
Porque ensinar deixou de ser “debitar e sumariar” a matéria prescrita nos programas. Porque os mecanismos e os dispositivos de mobilizar os alunos não se podem basear na ameaça da nota.
Há, contudo, possibilidade (diríamos, necessidade) de organizar, de facto, a escola para gerar um sucesso plural para todos.
O modelo escolar continua prisioneiro de vários mitos que definitivamente o arruínam.
A retórica da descentralização está largamente por cumprir. E precisamos de um Ministério da Educação, Ciência e Inovação que dê asas às vontades, aos saberes e aos poderes locais.
O que se está a passar com a “defesa da escola pública”, estatal, está a gerar condições para o seu descrédito e falência: não é possível acreditar numa escolarização que deixa milhares para trás.
A Inteligência Artificial pode assumir um papel relevante se aprendermos a formular e a contextualizar as perguntas para as quais queremos obter respostas.
Defendemos uma terceira via de governação das escolas que designaremos, na esteira de João Barroso, de regulação sociocomunitária.
A escola tem de se reinventar, os professores têm de se reimaginar nas complexas tarefas de fazer aprender todos os alunos, sobretudo os que parecem não querer aprender o que a instituição prescreve.
Salientamos, neste tempo pré-eleitoral, uma nota prévia e dez orientações para a ação.
Esta greve do Stop é insensata, tendencialmente ilegítima e só prejudica os professores e as escolas públicas.
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