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O meme parece esconder uma tristeza muito particular. Trata-se de uma tristeza que vai sendo descoberta por todos nós à medida que vamos vivendo, e que advém de uma incapacidade de fazer.
É preciso sair do pequeno apartamento para ver o pequeno apartamento, mas primeiro é preciso ter dinheiro para a renda.
Quando somos os únicos — ou dos poucos — no autocarro, a cidade é toda para nós. Tudo bem que a partilhamos com os outros, mas ela pertence-nos.
Quase sempre, o passado dos pais é digno de filme, de tão improvável e maravilhoso que é. O passado recente e o presente dos filhos são drasticamente incaracterísticos e desinteressantes.
As coisas complicam-se quando ficamos com a sensação de que os nossos colegas têm mais férias do que nós. À partida, não têm, mas parece que estão sempre fora.
É bem possível que os autores confiem mais nos editores pequenininhos do que nos editores propriamente ditos, que são, claro, mais experientes e sabedores.
Se ao menos pudéssemos contar com um Banco Central da Amizade (BCA) que a fosse regularizando, nivelando as taxas de juras, por exemplo.
De cada vez que o meu pai escuta a banda-sonora de Era uma vez na América, volta a 1984. Ele não mo diz, mas eu sei e sinto-o, porque os filhos também conhecem os pais.
A maioria dos cidadãos entra pelas escolas adentro com as intenções de voto bem definidas, mas os indecisos — que se preocupam particularmente com o estado do tempo — andam por aí, existindo.
Estes cafés pertencem-nos, porque são uma criação nossa. Contudo, neste mundo global, nada é verdadeiramente nosso, porque todas as experiências são partilhadas e partilháveis.
À marca interessa pouco de que forma é que a sua mensagem vai conviver com a cidade, porque o investimento que faz tem de dar origem a retorno financeiro.
O céu tem ficado cor-de-laranja, da cor do fogo e das conversas quentes e partilhadas no interior de salas preenchidas por pessoas que gostam umas das outras e que sentem a falta de outras.
Podemos estar descansados: não somos consumistas avarentos e vis. Somos simplesmente agentes do nosso tempo e afeiçoámo-nos às compras online.
Destapo o tacho e vejo a carne camuflada entre os fios de esparguete. Aquela não é a minha comida de conforto, porque foi feita por mim. O sabor não é o mesmo. Sabe-me bem, mas não me sabe ao mesmo.
Dizem que os jovens não se interessam por política, mas a forma como se comportam no WhatsApp indicia o contrário.
Decoramo-los em conjunto e decoramo-nos em simultâneo. Para os apartamentos, compramos mobília. Para nós, arranjamos episódios e histórias de vida.
De facto, à conta do nosso hedonismo, aliviamos a agenda do planeta, que fica a ganhar. E nós também ganhamos, assim como as nossas estantes, que ganham novos velhos livros.
Os níveis de romance nunca estiveram tão baixos. Não há estudos que revelem os ditos valores. De qualquer das formas, o romance não se estuda: pratica-se e sente-se.
A verdade é que, aos dias de hoje, Barcelona e Lisboa são cidades semelhantes — isto é, os problemas de uma são os problemas da outra.
Lisboa apresenta diversos problemas estruturais, mas o que nela não falta são palcos que convocam figuras mais ou menos importantes dos circuitos alternativos.
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