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Médico humanitário
Parto da minha experiência pessoal, com a certeza de que algumas reflexões são comuns a todas as doenças. Pretendo apenas partilhar as minhas reflexões que talvez possam ajudar alguém.
É um dos textos mais difíceis de escrever da minha vida, mas o meu coração diz-me que o devo fazer. Será que já foi tudo dito sobre o que aconteceu na Amadora?
Guterres não é um herói, nem estará sempre certo, mas desacreditar a ONU, como Israel se está a esforçar tanto por fazer, é o primeiro passo para uma Terceira Guerra Mundial.
Negar o problema é a melhor forma de não o resolver.
Nós, humanos, somos todos iguais. Do ponto de vista biológico na espécie Homo sapiens, não existem subespécies nem raças.
Expliquem-me como é que se defende a politicamente correcta solução dos dois Estados, quando só se reconhece um deles? Expliquem-me como é possível ser tão hipócrita?
Recebi a ajuda que tinha que receber de profissionais e da família e dos amigos. Os homens são quase todos analfabetos emocionais, não porque não tenham emoções, mas porque não sabem falar sobre elas.
O maior terrorista desta história é o governo criminoso e genocida de Israel, que, com a nossa cumplicidade assumida, vai deixar cicatrizes de ódio em milhões de pessoas para sempre.
Eu percebo que todos nós vemos o mundo à nossa medida, mas tenho sérias dificuldades em aceitar que tantas pessoas sejam incapazes de compreender que não estamos sozinhos neste mundo.
Não há bons extremistas religiosos. Não há. Sejam muçulmanos, judeus, cristãos, hindus ou budistas, os extremistas desumanizam os outros seres humanos, e não há maior crime do que esse.
Sem qualquer condescendência pelos crimes do Hamas, exige-se o mesmo rigor a dizer a Israel que o cerco de Gaza é um crime contra a humanidade, assim como são os colonatos que não páram de crescer.
Idolatramos desportistas mesmo que se ponham ao lado de assassinos de mulheres, gays ou opositores e damos um Nobel da Paz a uma heroína que deu a vida pelos direitos das mulheres.
Sempre houve desinformação, mas nunca como agora, nunca com as consequências de hoje, em termos de vidas humanas.
Em Portugal somos analfabetos humanitários. As pessoas não sabem a diferença entre voluntariado e humanitarismo, e por isso acham que tudo se resolve dando “uma ajudinha”.
Num momento em que estamos de regresso às aulas, há 244 milhões de crianças entre os 6 e os 18 anos que não têm esse privilégio que nós damos como adquirido.
Eu traí o mar a quem devo tudo, para ficar a olhar para sua silhueta, na esperança de que ela olhasse para trás. Não olhou. Olhei-a eu.
No epicentro do pensamento humanitário está a interpretação da Carta Universal dos Direitos Humanos, e as pessoas que deveriam ser tratadas como pessoas mas não o são.
O Verão é tempo de afinações, de arrumações de pensamento, de redefinição de prioridades, de redesenhar dos planos, e do recolher a coragem para não se ter medo de ser feliz.
Acho que devemos criticar a Igreja naquilo em que esta deve ser criticada, mas sem esquecer o bem que a religião faz às pessoas.
As pessoas e os nossos políticos não sabem nem sonham o mal que estão a fazer à nossa saúde por tratarem tão mal os médicos.
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