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Professora do 1.º ciclo, autora do projeto www.pedagogiaemprimeiralinha.pt
As crianças encontram-se hoje diante de um duplo desafio: lidar com a quantidade de informação disponível e preservar a economia da atenção.
Aprender a não perguntar mata a curiosidade e atrofia o prazer da descoberta, cruciais para o maravilhamento com a aprendizagem.
Numa sala de aula é importante conter os comportamentos desajustados logo no início, antes que escalem e sejam replicados pelos restantes alunos.
Antes que os pais fiquem com as crianças nos braços e os alunos acumulem lacunas na aprendizagem no início da escolaridade, é urgente antecipar os problemas e pensar em soluções.
A disponibilidade de tempo existente na praia permite ao pensamento recuperar o território perdido, essencial para restabelecermos o diálogo interior.
Apesar de bem-intencionada, a superproteção acaba por impedir as crianças de desenvolverem a sua antifragilidade, tornando-as, pelo contrário, mais frágeis.
Quando aumenta o tempo de interação com os ecrãs e o destinado à realização de atividades supervisionadas por adultos, há inevitavelmente algo que fica a perder: o tempo dedicado à brincadeira livre.
Há um efeito de retrocesso generalizado em que a “cura” acabou por se tornar uma causa primária da doença, transformando as crianças em jovens e adultos mais frágeis e ansiosos.
Uma das grandes riquezas da leitura consiste precisamente na expansão do nosso mundo mental, quando privados da estimulação proveniente dos cinco sentidos.
Se é importante permitir às crianças que aprendam a escolher, também não é menos verdade que há decisões que compete aos adultos tomar.
Não decidir constitui uma forma de decisão — e, por sinal, a mais pobre e a menos valorizante que existe. Se não usarmos o nosso poder de decisão, a vida se encarregará de tomar decisões por nós.
A realização de atividades manuais, cuja aprendizagem e execução é dilatada no tempo, permite acalmar, desacelerar, recentrar a atenção, desenvolver a persistência e robustecer paciência.
Não podemos ignorar que, quando as crianças comunicam desta forma, por algum motivo é. E, na minha opinião, o motivo é simples: as crianças falam assim porque pensam assim.
Urge alterar a visão negativa que temos dos chamados tempos “mortos” ou dos momentos de alguma natural solidão. Estes desempenham um papel relevante para ajudar “a crescer, a pensar e a refletir.
Não podemos fazer com que uma árvore ou uma planta cresça com a velocidade que desejamos, só nos restando ficar a aguardar que se vá desenvolvendo, mês após mês, ao ritmo das estações do ano.
Chegámos a um ponto em que aquilo que não parece faltar às crianças é a autoestima. Mas será que essa autoestima aparentemente tão robusta é verdadeiramente sólida?
O que terá mais impacto para o desenvolvimento de uma postura antibélica? A familiarização com imagens do horror ou uma formação baseada nos valores.
Não é difícil perceber que os primeiros alunos a serem atingidos pela falta de apoio são os oriundos de famílias com menos recursos económicos, que não têm possibilidade de pagar explicações.
Para evitar esta onda consumista, pode ser positivo que os adultos combinem antecipadamente o número de prendas que cada criança vai receber, distribuindo-as pelos familiares que as vão oferecer.
A escolha do método de iniciação à leitura e à escrita não é inócua, tem por detrás a conceção que se tem da própria leitura.
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