Os leitores são a força e a vida dos jornais. Contamos com o seu apoio, assine.
Os leitores são a força e a vida do PÚBLICO. Obrigado pelo seu apoio.
Economista e gestora
O país precisa de uma estratégia para a produtividade assente em três pilares: educação e qualificação; inovação e tecnologia; e reformas estruturais que melhorem a eficiência do Estado e da economia.
Pela recuperação do Estado social e pagamento de pensões, pela reconversão económica, pela defesa e pela reconstrução da Ucrânia, a UE precisa de muito dinheiro. Urge mobilizar o mercado de capitais.
O problema não está nas decisões individuais, mas num modelo de desenvolvimento assimétrico, que concentrou recursos e investimento, negligenciando a competitividade e atractividade territoriais.
Há temas cuja vontade de mudança está acima dos partidos ou dos governos conjunturais. Trabalhar com foco e desígnio, e perguntar: “E se corre bem?”
Com os pés assentes em Portugal e os olhos no futuro, constata-se que não há boa receita que não passe por uma corajosa agenda reformativa.
Falar em diminuir impostos sobre mais-valias é, para muitos, um pecado capital(ista), e não faltará quem acuse estas medidas de servirem apenas para ajudar fundos imobiliários.
Podemos dizer que um cidadão em Portalegre, por exemplo, tem os mesmos direitos políticos que um cidadão em Lisboa? Não me parece.
A probabilidade de uma escola privada estar no top 20 do ranking é de 7,8%. Uma pública tem, em contrapartida, 3,1%.
Por muito que custe, um dos principais problemas políticos e governativos é não se querer saber muito. Não há empenho suficiente para mudar, para deixar impacto.
É essencial reconhecer a diversidade de percursos e motivações, respeitar a liberdade de escolha e garantir um quadro legal que proteja sem punir, que incentive sem distorcer
É perturbador que o Conselho Nacional de Educação enverede por este caminho, quando o caminho da exigência e da excelência é o contrário.
Não podemos dizer que queremos inclusão de manhã e à tarde dizer que, afinal, somos contra este tipo de medidas.
Há que encarar o facto de que uma sociedade coesa e solidária passa por valores comuns, e esses têm de ser partilhados. Inclui direitos das crianças, mulheres e liberdade individual.
Só uma sociedade informada pode equilibrar os avanços tecnológicos com a proteção dos direitos fundamentais, fortalecendo a democracia e promovendo escolhas verdadeiramente livres e conscientes.
Andamos tão entretidos a elogiar a geração mais preparada de sempre ou em tertúlias messiânicas que parece haver um apagão sobre a incapacidade de quase meio país de interagir com o que o rodeia.
É necessário explorar soluções para a Segurança Social, construir consensos e planear uma transição para um novo modelo-previdência, assente também na poupança individual.
Cada um de nós precisa de assumir uma parte ativa na construção das suas próprias redes de segurança financeira. Um pilar de capitalização não é uma questão ideológica, é parte da solução.
Aa superação da pobreza requer mais do que redistribuição.
Este texto não pretende ser um genuflexório perante a baixa de impostos. É sobre competitividade, é sobre simplificação e é sobre fundamentação das políticas.
Continuamos a reger-nos por parangonas como se fossem grandes verdades. “A geração mais preparada de sempre” é uma delas: mas afinal qual é a geração que não é mais preparada do que a que a antecede?
Ocorreu um erro aqui, ui ui