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Sociólogo
Classificar de “inexpressiva” uma greve geral que, queiram ou não, teve realmente significado e expressão é de uma inesquecível indigência política.
Não se perdoa, e muito bem, a tortura, os “bofetões”, os “safanões”, a vigilância indevida ou o interrogatório fora de horas. Mas aceita-se a escuta.
É provável que estas eleições e seus resultados não sejam muito importantes. Mas também pode acontecer que delas resulte grande desordem.
Os candidatos a Presidente da República têm-se revelado muito activos. No entanto, relativamente à justiça, o silêncio é absoluto. Dir-se-ia que não sabem. Ou não querem. Pior ainda: que têm receio.
Portugal fica mais Portugal simplesmente porque endurece as condições de aquisição da nacionalidade? Não se percebe. A não ser que se aceite a demagogia como critério da portugalidade.
Todos os candidatos dão sinais de pretenderem exagerar o seu papel, de se sobrepor aos governos, de até possivelmente dirigir. Parece que se preparam para ultrapassar os limites da Constituição.
Proibir cartazes por serem a tradução de “discurso de ódio” é acto tão condenável quanto a utilização desse mesmo discurso. O “discurso de ódio” é uma das grandes idiotias do tempo presente.
Estranho que tantos democratas e tanta gente de esquerda estejam disponíveis para tolerar a burqa. A proposta da direita que considera a nacionalidade uma concessão reversível é detestável.
Não reparei num só marinheiro da “flotilha” saudar a paz ou o cessar-fogo em Gaza.
Estas eleições, fundamentais para as autarquias, quase não tiveram importância política nacional. Não têm consequências de relevo. Não modificam nem esclarecem as relações de força nacionais.
Em abstracto e na conversa, os portugueses são defensores do poder local e da descentralização. Até da regionalização. Mas, quase sem excepções, na acção pública e na vida real, são centralizadores.
Portugal tem de defender Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves, , mas não pode confundir a sua acção com o apoio ao Hamas ou às teses de alguns partidos palestinianos.
Os movimentos de diálogo ou aproximação entre o PSD e o Chega não só antecipam o pior que pode acontecer à democracia, como não parecem ser combatidos pelo PS, nem sequer pela totalidade da esquerda.
O que combate a extrema-direita (e a extrema-esquerda) é um Estado eficiente. Que é o que, em 22 anos de PS e nove de PSD, as últimas três décadas, os democratas não souberam criar.
Uma das razões pelas quais é sempre muito difícil encontrar responsáveis por acidentes reside aqui: o rigoroso acompanhamento não é feito. Ou mal feito. Ou tardiamente feito.
É inegável que estamos a viver uma conjuntura favorável a uma convergência antiamericana, antiocidental, antieuropeia, anticapitalista e antiliberal.
Não pretende, nem sabe, corrigir. Quer denunciar. Não tem solução nem meios para tratar do que quer que seja. Mas tem vontade e apetite de poder.
Os imigrantes não têm os mesmos direitos do que os nacionais ou naturalizados. Mas a naturalização cria a total igualdade de condição.
Deixar correr e permitir avolumar-se o mal-estar das migrações é um erro catastrófico. Tal como é um engano monumental pretender tratar destes problemas apenas numa óptica nacional.
Vital para o país, essencial para a qualidade de vida dos cidadãos, é o problema das relações entre Belém e São Bento, entre o Governo e o Presidente, entre Marcelo e Montenegro...
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